sábado, 17 de julho de 2010

Um copo de arrependimento, por favor - parte II

- Cassie, deve existir um jeito para eu ir embora daqui sem meus pais perceberem.
- Você tem certeza que quer realmente fugir e largar tudo? Pense na sua faculdade Lisa.
Cassie não é exatamente minha amiga, ela é apenas uma conselheira. Ela foi a única garota da turma da faculdade a vir falar comigo quando eu comecei a ficar louca pensando na hipótese de ir atrás de Emanuel. Sim, porque a partir do momento que comecei a pensar nisso eu ia às aulas com uma aparência horrível e com a cara sempre fechada, sem um pingo de simpatia. É, e por isso, todos se afastaram de mim. Viu, agora vocês puderem confirmar a minha afirmação sobre as 'amizades' daqui.
- É só trancar a faculdade Cassie! Quando eu voltar com Emanuel, eu continuo.
- Lisa, e se ele já estiver comprometido com outra pessoa e não quiser mais você? Olhe amiga, talvez para ele, tudo o que vocês passaram juntos, tenha sido apenas uma paixão de adolescentes. Passageira.
Eu não acredito que Cassie falou uma coisa dessas para mim. Imagine, Emanuel não me querer mais? Paixão de adolescente? Nunca. Pequena nota: por acaso ela me chamou de amiga? Humpf.

O restante da minha conversa com Cassie não foi nada atraente, portanto, achei melhor não escrever. Será que ela pensa que pode mudar a minha opinião e o meu objetivo? Ok ok, tudo está sob controle, apesar de eu ter perdido uma aliada. Não, não irei cometer crime ou qualquer coisa do tipo, só quero arranjar um jeito de encontrar Emanuel e se possível, Anna e Eduarda. Apesar de tanta empolgação, sinto meu coração expremer quando penso que terei que mentir para os meus pais, deixá-los aqui se preocupando comigo pela bobagem que a filha fez. Porém, não há outra maneira, se eu pedir ajuda, com certeza esfregarão um não na minha cara. Até consigo imaginar: "Você está ficando louca minha filha? Ir atrás de um babaca que nem deve mais lembrar de você? Ah, vai fazer algo de útil e não venha mais nos incomodar com esse assunto." ou ainda pior que palavras: o silêncio. Sim, soltar uma pergunta ao vento e não obter resposta é pior do que receber um não. Você fica feito bobo, sem saber o que a pessoa está pensando sobre você. Já, se você receber um não, basta tentar se conformar ou arranjar outro jeito para alcançar seu objetivo... Enfim, pedir ajuda aos meus pais está fora de questão. Nunca. Jamais.
 O telefone toca.
- Alô?
- Lisa, é você?
- Cassie, por favor, já não cansou de brigar hoje?
- Não quero brigar com você. Liguei para pedir desculpas e dizer que consegui um jeito de você ir à Porto Alegre.
- Você está falando sério ou é só uma maneira para eu perdoar você?
- Lisa, você acha mesmo que eu brincaria com uma coisa dessas?
Neste momento, senti o resto de esperança que sobrara envolver meu corpo.


Continua.
tchau, luci.

Um comentário: