sábado, 31 de julho de 2010



Gritar. Gritar até que o mundo inteiro saiba que eu existo. Gritar até que os meus pulmões gritem sozinhos, sem precisar de ar. Gritar até que alguém me escute e me dê a mão. Gritar sem usar palavras, ah, sem usar as palavras, aquelas amigas traiçoeiras que cavaram um buraco em mim. Gritar por dentro, gritar sangue, gritar vida, gritar dor. Gritar até que minha garganta fique seca, até que meu coração se canse, até me calar para sempre e então o silencio gritará por mim.
nád.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Um copo de arrependimento, por favor - parte V

Ainda não leu os capítulos anteriores?

Já são duas horas da madrugada, a hora em que combinamos. Tenho que tentar sair com o máximo de cuidado para que ninguém acorde e pensem que é algum ladrão, minha mãe morre de medo disso, então, posso chegar a levar algumas pauladas na cabeça sem que percebam que sou eu.
Sair até que foi fácil, mas deixar meus pais sem avisar foi complicado. Nunca fiz isso em minha vida, então não sei como será suas reações. Bom, agora só me resta aguentar horas e horas de viagem.
- Oi Lisa. Entre e fique a vontade. Sabe, considero este caminhão como a minha moradia.
- Oi Senhor...
- John.
- É, John. Obrigada por tudo que o senhor está fazendo por mim.
Legal, estou viajando com alguém que nem o nome eu sabia. Calma Lisa, calma, tudo irá ocorrer bem, tão bem que você nem imagina.
Não faz muito tempo que partimos, e já consigo sentir o sabor da liberdade de que tanto falam. É uma sensação inexplicável de paz, alegria com uma mistura de temor. Temor por não saber o que irá acontecer, ou se isso que estou fazendo é realmente o que eu quero.
Mas o que eu preciso - muito - agora é de descanso. Dormir e sonhar com tudo que está por vir.

Continua.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Apenas simples fotografias

Hoje fiz algo que eu deveria já ter feito há muito tempo atrás. Retirei os álbuns de fotografias guardados no balcão empoeirado com fotos tiradas ainda com aquela antiga câmera analógica e que me fizeram perceber o quão eu era feliz naquele tempo. Não que eu não seja feliz, mas ultimamente, nada mais está igual. O mundo já não é mais o mesmo. Comecei a conviver com pessoas que tentam mudar o meu modo de pensar. Pessoas que se acham tão poderosas, porém, não merecem o que comem. A pressão é tanta que meu anseio de regressar ao passado aumenta a cada minuto, a cada vez que olho aquelas fotos.
Fotografias que me fazem rir, ou até chorar. Talvez por saudade ou apenas de emoção. Fotografias que até podem estar um pouco amareladas pelo tempo, mas que não impedem que eu reviva tudo aquilo novamente, tudo através do poder que nossa mente tem de trazer à tona momentos tão bons e felizes. Alguns minutos de paz, tranquilidade, que acabam deixando meus problemas de lado, jogando-os ao vento e me fazendo reviver de uma forma mágica aquele passado, que jamais será esquecido.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Morrer é bom?


Desde pequena, Melissa sempre foi uma criança muito meiga e radiante, tinha a capacidade de fazer as pessoas que viviam ao seu redor se sentirem confortáveis e alegres, apesar de apresentar uma doença que estava acabando com sua vida aos poucos. A leucemia. Na verdade, Melissa nunca soube o que realmente estava acontecendo, todas as vezes que ia acompanhada de sua mãe, Dona Sarah, aos exames e à quimioterapia, não tentava esconder a sua expressão de dúvida.
Era em uma sexta-feira nublada quando Sarah recebeu a pior notícia de sua vida. Foi chamada pelo médico responsável pelo tratamento de Melissa que foi breve, porém, cuidadoso para que Sarah não sofresse tanto. Eram os últimos dias de vida da menina de sete anos. O tratamento não estava fazendo efeito e não havia mais nada a fazer. Apenas esperar, até a morte chegar de viagem.
Sarah chegou abalada em casa, deixando lágrimas escorrerem de seu rosto. Melissa, questionando o porquê de tanta tristeza, não recebia respostas. Mas sentia, que todo aquele sofrimento era por causa dela. A menina então, juntou as duas mãos e rezou, rezou, até dormir...
- Melissa meu amorzinho, acorde, tenho algo para mostrar à você.
Abrindo os olhos com dificuldade e sentindo sua fraqueza, Melissa percebeu que sua mãe tinha uma enorme caixa em mãos e que esboçava um sorriso em sua face.
- O que é isso mãe? - perguntou a criança com um tom de curiosidade em sua voz.
- O que está dentro disso minha filha, é toda a sua vida.
- Toda minha vida mãe? Como pode caber toda a minha vida dentro desta caixa?
A mãe deu um pequeno riso e abriu a caixa misteriosa. Curiosa, Melissa sentou na cama com cuidado e ficou encantada com tudo que viu ali dentro. Realmente, sua vida estava guardada lá. Todos os seus brinquedos, todas as suas roupas de quando ainda era um bebê estavam muito bem organizados dentro da caixa, inclusive sua primeira mamadeira. Sua mãe lhe explicou que todos nós deveríamos ter uma caixa para guardar nossos melhores momentos. Assim, quando não estamos bem, abrimos a caixa e revivemos todos aqueles momentos bons, nem que seja por alguns minutos.
- Mamãe, então estamos passando por algum momento difícil?
- Não minha filha, só achei que estava no momento certo para lhe explicar e mostrar tudo isso. - a mãe mentiu, tentando impedir o choro, que por infelicidade, deixou escapar uma única lágrima.
- Por acaso você está chorando mãe?
- Não filha. - Sarah então, passou a mão na cabeça de Melissa, fechou a caixa e a pôs em um canto e saiu do quarto deixando fluir as lágrimas que tanto lutou para segurar.
Mas Melissa não era daquelas que se deixa enganar facilmente, ela sabia que algo, dentro dela, não estava bem.
Dias se passaram e Melissa se sentia cada vez mais fraca, não conseguia mais se sentar à cama para rever junto com sua mãe os objetos guardados na caixa, que lhe faziam tão bem. Durante as noites, Melissa também percebia que sua mãe se sentava na cadeira de balanço e ficava ali, até adormecer. A menina se sentia tão mal por estar fazendo sua mãe sofrer tanto, que chegou pedir aos céus para que lhe levassem, e acabassem com esse sofrimento logo. E isso não demorou muito...
Tudo aconteceu em uma noite bastante fria, alguns dias antes do inverno. Naquela noite, Sarah não dormiu no quarto da menina e isso fez com que ela se sentisse mais culpada. Mas eu fui rápida e muito cuidadosa. Não, não sou a morte e não sou feia e horripilante quanto ela. Quando chego, os humanos costumam me confundir com fadas e se encantam tanto que não é complicado convencê-los a irem comigo. E foi justamente isso que aconteceu com Melissa.
A menina me viu saindo da caixa onde a vida dela estava guardada e em um primeiro momento ficou assustada. Tentou gritar, mas não adiantou. Ofereci minha mão para que ela me acompanhasse e ficou surpresa quando percebeu que havia conseguido levantar da cama, onde não conseguia à dias. Estendeu sua mão que se uniu à minha, e, pela última vez, olhou para trás, e viu seu miúdo corpo encolhido na cama. Esperei, até que sua atenção voltasse para mim, e a levei, em direção àquela caixa, onde seria a porta de entrada para a sua nova vida.
Finalmente, o desejo que consumia aquela menina naqueles últimos dias havia se realizado. Deixar o mundo onde viveu por sete anos e fazer com que a sua mãe seguisse a sua vida livremente, sem que ninguém impedisse. Nem a própia Melissa.

Pauta para a Edição Visual - Projeto Bloínquês

sábado, 24 de julho de 2010

Um copo de arrependimento, por favor - parte IV

Ainda não leu os capítulos anteriores?

Amanhã. Amanhã, nada mais será igual. Não sei se o que eu estou fazendo é certo ou errado, apenas estou seguindo meu coração. Não é o que todos dizem? 'Siga o que o seu coração manda.' Pois bem, é o que eu estou fazendo. Ontem eu estava pensando em escrever um carta, ou um pequeno bilhete, para meus pais. Eles precisam ter uma explicação e precisam ficar conscientes que não irá valer a pena tentarem me encontrar, pois só voltarei quando eu tiver plena certeza de que será a hora certa.
Encontrei um bloco de notas e uma caneta jogados em cima do balcão em meu quarto e comecei a escrever...

(Ao som de Live Forever - Oasis)

Papai e mamãe,
peço desculpas por tudo que estou fazendo vocês passarem. Toda essa agonia. Todo esse sofrimento. Mas quero que vocês saibam que eu estou bem, e antes que você chamem a polícia para tentarem me encontrar, eu estarei em casa, sã e salva com o amor da minha vida. Bom, eu suplico com todas as minhas forças para que vocês não se preocupem e não tentem me encontrar, pois como já disse, eu voltarei bem. Se vocês realmente me amam e querem me ver feliz, irão entender e irão cumprir tudo o que pedi. Eu já sou maior de idade, eu sei me cuidar. E mais uma vez: não se preocupem comigo. Eu amo vocês, mais do que imaginam...
Com carinho,
Lisa.
Percebi pequenas lágrimas escorrerem de meu rosto e formarem pequenas esferas no pequeno bilhete escrito no bloco de notas já bastante violentado. Não era exatamente esse bilhete escroto que eu tinha em mente, mas eu não sei usar belas palavras como aquelas usadas em cartas de despedidas nos filmes. Mas mesmo assim, espero que eles entendam que mesmo eu partindo, meu amor por eles é infinito.

Continua.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Palavras


As palavras possuem a capacidade de mudar o sentido da nossa vida em um simples piscar de olhos. De nos deixarmos mais felizes, ou ainda mais tristes. Podem aconchegar ou desprezar. Humilhar, castigar alguém. Podem fazer o nosso pequeno mundo parar, nem que por alguns minutos. Podem fazer chorar, sorrir. Emocionar. Livrar alguém de algum problema. Despertar uma amizade, ou quem sabe, uma paixão. Podem fazer o coração disparar, deixar uma única lágrima cair. Ferir, bem lá no fundo. Fazer nossa mente enlouquecer, pirar, girar, morrer...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Um copo de arrependimento, por favor - parte III

Ainda não leu os capítulos anteriores?

Bom, pelo menos a Cassie prestou para alguma coisa. Tive a obrigação de pedir desculpas à ela. Como ela pode ter me ajudado depois de eu ter soltado todas aquelas palavras grosseiras? Enfim, EU VOU CONSEGUIR ENCONTRAR EMANUEL, ou pelo menos conseguir ir até Porto Alegre tentar encontrá-lo. Um parente muito próximo de Cassie irá fazer uma entrega na minha cidade natal no fim deste mês e eu poderei ir junto. Tudo já está organizado, Cassie já combinou com o seu familiar e eu só terei que arrumar minhas coisas e esperar a data chegar. Garanto que serão longos estes dias. Dez longos e cansáveis dias...

Estes dias que estão antecedendo a viagem estão sendo muito complicados para mim, ainda mais que a minha família está em uma fase muito boa. Nunca vi mamãe e papai tão felizes e carinhosos comigo, já faziam meses que eles não ficavam assim. Até parece que eles estão sabendo de alguma coisa e não querem me deixar partir e isso está me preocupando, porém, não posso me abalar e desistir da viagem, minha paz só vai ficar completa quando Emanuel estiver ao meu lado, me amando, como nunca amou ninguém. Bom, se ele amou outro alguém. Faltam apenas cinco dias e toda a vez que eu penso nisto meu coração dispara, não consigo definir se é por felicidade, preocupação, ansiedade, deve até ser uma mistura de todos estes sentimentos, o que até me parece bom. Ou não.

Faltam apenas dois dias, e eu tenho que começar arrumar as minhas coisas. Pode parecer simples, mas tenho que tomar cuidado para que minha mãe não perceba a falta de algumas roupas de meu armário antes de partir, caso contrário, terei que fazer papel de mentirosa também.
'Não é isso que você está pensando mãe, peguei estas roupas para levar à costureira.' Não, não seria uma boa desculpa.
'Mãe, estas roupas são para a doação.' Não, não serviria também, mamãe me conhece, ela sabe que eu não doaria essa quantidade de roupas. Bom, mas eu tenho que esquecer isso e só me focar na viagem. Não tenho do que me preocupar, minha mãe não desconfiará de nada, ela dificilmente vem até meu guarda-roupa, porque viria justo nestes dois dias? Ah, apenas dois dias...

Continua.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do amigo

Dia 20 de julho, um dia tão quanto especial, onde celebramos com nossas verdadeiras amizades o dia do amigo. Não digo celebrar na intenção de uma troca de presentes, mas em um simples abraço sincero ou até em pequenas palavras que acabam tendo um significado enorme, arrancando das pessoas um enorme sorriso de felicidade e conforto. Não me refiro somente à amigos da escola, do bairro ou da cidade, mas também dos amigos que conhecemos na internet. Sim, mesmo sendo complicado achar alguém que realmente se importe com você, existem pessoas muito especiais nessa rede global. Até eu posso demonstrar isso.
É, só que temos que ter a consciência de que é melhor termos um único amigo leal e sincero a que vários amigos que nem se importam conosco, que apenas são um número na nossa lista. E a Amizade não é um sentimento tão simples como imaginamos, ela é bastante complexa, requer muito comprometimento. Poisé, não é tão fácil ter um amigo verdadeiro ao seu lado. E somente cada um de nós pode priorizar o que é realmente importante para que se tenha uma amizade que vale a pena cultivar. Sim, pois uma amizade não surge de uma hora para outra, ela vai cresecendo progressivamente, e para isso, é necessário muito esforço e dedicação. Enfim, dê um abraço bem forte em seus amigos hoje, e se não puder, mande um recado ou um simples SMS, pois não são uma avalanche de palavras que irão importar, mas sim, o fato de você lembrar e se importar com aquela pessoa. Feliz dia do amigo.
-
Quero dedicar este post e mandar um feliz dia do amigo especialmente para as minhas lindas @_biscoitodoce, @unsigned_, @twotwok_ e Adriele Dias que fazem meus dias mais felizes. Feliz dia do amigo também para todas aquelas pessoas que não pude citar o nome, mas que sabem que elas são muito importantes para mim.
xoxo

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A dor da solidão


Viver para fugir de uma verdade inexistente. De uma criação insana da mente. Desaparecer de uma maneira tão dolorosa e fria está me fazendo morrer de uma forma tão lenta, como se alguém, todos os dias estivesse arrancando um pedaço do meu coração, torturando-me sem um pingo de piedade. Por favor, eu preciso saber o que está acontecendo com você. Qual é o teu segredo. Do que você tem medo? Eu sempre senti que algo estava errado dentro de ti. Nossos encontros não eram mais tão encantadores. Seus olhos transpareciam alguma mentira que você estava tentando esconder, porém, não conseguia. Ficamos semanas sem nos vermos e eis que encontro um pequeno bilhete amassado dentro da pequena caixa de correio, com uma caligrafia tão perfeita, onde você escreveu palavras tão rudes. Eu deveria estar odiando você. Mas, apesar de meu coração já despedaçado, ainda consigo guardar dentro dele um pouco de amor e esperança de que um dia você irá retornar e de que, depois de muito tempo juntos e felizes, eu irei perceber que nada passou de um pesadelo qualquer.
Mas enquanto você não volta, eu fico aqui debruçada na enorme janela azul, escrevendo cartas como esta, que jamais serão lidas pela pessoa mais importante da minha vida.

beijo, luci.

sábado, 17 de julho de 2010

Um copo de arrependimento, por favor - parte II

- Cassie, deve existir um jeito para eu ir embora daqui sem meus pais perceberem.
- Você tem certeza que quer realmente fugir e largar tudo? Pense na sua faculdade Lisa.
Cassie não é exatamente minha amiga, ela é apenas uma conselheira. Ela foi a única garota da turma da faculdade a vir falar comigo quando eu comecei a ficar louca pensando na hipótese de ir atrás de Emanuel. Sim, porque a partir do momento que comecei a pensar nisso eu ia às aulas com uma aparência horrível e com a cara sempre fechada, sem um pingo de simpatia. É, e por isso, todos se afastaram de mim. Viu, agora vocês puderem confirmar a minha afirmação sobre as 'amizades' daqui.
- É só trancar a faculdade Cassie! Quando eu voltar com Emanuel, eu continuo.
- Lisa, e se ele já estiver comprometido com outra pessoa e não quiser mais você? Olhe amiga, talvez para ele, tudo o que vocês passaram juntos, tenha sido apenas uma paixão de adolescentes. Passageira.
Eu não acredito que Cassie falou uma coisa dessas para mim. Imagine, Emanuel não me querer mais? Paixão de adolescente? Nunca. Pequena nota: por acaso ela me chamou de amiga? Humpf.

O restante da minha conversa com Cassie não foi nada atraente, portanto, achei melhor não escrever. Será que ela pensa que pode mudar a minha opinião e o meu objetivo? Ok ok, tudo está sob controle, apesar de eu ter perdido uma aliada. Não, não irei cometer crime ou qualquer coisa do tipo, só quero arranjar um jeito de encontrar Emanuel e se possível, Anna e Eduarda. Apesar de tanta empolgação, sinto meu coração expremer quando penso que terei que mentir para os meus pais, deixá-los aqui se preocupando comigo pela bobagem que a filha fez. Porém, não há outra maneira, se eu pedir ajuda, com certeza esfregarão um não na minha cara. Até consigo imaginar: "Você está ficando louca minha filha? Ir atrás de um babaca que nem deve mais lembrar de você? Ah, vai fazer algo de útil e não venha mais nos incomodar com esse assunto." ou ainda pior que palavras: o silêncio. Sim, soltar uma pergunta ao vento e não obter resposta é pior do que receber um não. Você fica feito bobo, sem saber o que a pessoa está pensando sobre você. Já, se você receber um não, basta tentar se conformar ou arranjar outro jeito para alcançar seu objetivo... Enfim, pedir ajuda aos meus pais está fora de questão. Nunca. Jamais.
 O telefone toca.
- Alô?
- Lisa, é você?
- Cassie, por favor, já não cansou de brigar hoje?
- Não quero brigar com você. Liguei para pedir desculpas e dizer que consegui um jeito de você ir à Porto Alegre.
- Você está falando sério ou é só uma maneira para eu perdoar você?
- Lisa, você acha mesmo que eu brincaria com uma coisa dessas?
Neste momento, senti o resto de esperança que sobrara envolver meu corpo.


Continua.
tchau, luci.

A long, long time ago.



Porque nada está igual?
Por favor, alguém diga o que eu tenho que fazer para que as coisas sejam fáceis e naturais novamente. Tudo está tão diferente. Lembro de um tempo em que o sol me aquecia... em que tudo era feliz e bom.
Queria voltar a esses dias maravilhosos que vivi, queria controlar o tempo. E pensar que eu nem me dei conta do quanto era feliz naqueles poucos dias. Naquela época, ser feliz era tão fácil. Dói pensar que nunca vai voltar... Dói pensar que eu já estou me esquecendo... Eu não me lembro mais porque eu fui tão feliz e nem como fui, só lembro que eu sorria feito uma idiota por coisas idiotas frequentemente.
Mas as coisas mudaram. O gelo derreteu, o calor congelou, o mar secou e o seco transbordou. Mesmo que isso tenha acontecido apenas dentro de mim, sinto como se o mundo inteiro estivesse afetado.
O céu não é mais azul, é só mais uma combinação de expressões tristes. Uma combinação de caretas. De coisas doídas.
Nem meu coração me ajuda mais, pois mesmo sabendo de toda essa dor, ele continua a bater e meus ouvidos se ferem ao ouvi-lo bater.
Eu só queria esquecer tudo...
Esquecer as pessoas que conheci, os lugares que vi, os momentos, as risadas, tudo. Para que lembrar de uma coisa que já nem faz mais parte de mim?
Foi a muitos, muitos anos. Muitas vidas. Me pergunto se aquilo realmente existiu. E se existiu, COMO existiu.
Durou 2 segundos e se foram para sempre. Escorregaram da minha mão como se nunca tivessem sido meus. Eu os vi se dissolverem no chão como água, me olhando com olhos de adeus. Os melhores momentos da minha vida. Se foram, para sempre e eu nem os vivi direito. 
Por favor, minha mão está estendida precisando da sua ajuda, mas só tenho alguns minutos.
Uma lágrima cai. Dói saber que não tenho nada a segurar, nunca tive.


                                                                                               beijos, nád.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Distancia.



O quanto ela te machuca, você não consegue dizer. Só sabe que a cada dia que passa, sente como se ela estivesse roubando uma parte de você. Como se ela estivesse te roubando uma vida toda.
E então, como se já não bastasse, você se pega vivendo nos sonhos, o que não pode viver na realidade. E quando vê que não é real, sente como se estivesse deslocado no mundo. Seus braços doem, sentindo falta daquele abraço. Você os ensinou a abraçar o vazio... mas eles estão cansados da imaginação, você também está cansado. E pensar que em um mundo tão grande, existem pessoas que, mesmo que você nunca as tenha visto pessoalmente, necessita tanto delas quanto necessita de oxigênio. É engraçado pensar nisso, pensar que letras, palavras e frases construíram um mundo ao qual você nunca imaginou conhecer. Então seria a distancia, uma amiga? Pois é claro que sem ela, esse mundo não existiria. Mas por outro lado, ela é o único obstáculo para juntar os seus dois mundos. O mundo do real com o mundo do virtual. E então... amá-la ou odiá-la? Confesso que na maioria das vezes fico com o ódio. Sofrer assim é ruim demais. Sentir saudade de algo que nunca existiu é completamente frustrante e dói. Dói muito...
Então me agarro a esperança de que um dia a distancia morrerá e os sorrisos vão brotar como se as lágrimas nunca os tivessem ocultados. Ah, espero que esse dia chegue logo.

                                                                                                                                                beijos, nád.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Um abraço mágico


Um abraço. Só um abraço seu é capaz de fazer desaparecer todos os meus problemas. De fazer meu mundo parar de girar e perceber que ainda existe alguém que gosta de mim. Um abraço protetor, aconchegante e ao mesmo tempo, forte. Daqueles longos e verdadeiros, que até ficam marcados na alma. Inesquecíveis. Onde viciam e é sempre necessário mais um.
Mas aí é só acordar e perceber que nada passou de um simples sonho. É madrugada. Você está sozinha, em um quarto escuro. A decepção chega lentamente corroendo todo o seu ser interior e você temta dormir novamente implorando à todos os Santos para que, no dia seguinte, você perceber que aquilo realmente aconteceu. Porém, você acorda, e vê que não adiantou nada implorar aos Santos, que tudo foi mesmo um sonho. Você tenta retomar sua vida normalmente, tenta deletar tudo, mas, a cada passo, a cada minuto, aquele sonho vem à tona, inunda a sua mente como a água inunda terras solitárias.

Uma pessoa.
Um abraço.
Um único e simples sonho.

beijo, luci.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um copo de arrependimento, por favor

Sempre sonhei em ter tudo de mais glamuroso que poderia existir. Uma enorme casa, fama, belíssimas roupas, dinheiro, muito dinheiro. Era ainda 2003 e eu já invejava minhas colegas da quinta série, por terem roupas bonitas, sapatos sempre da última moda, cabelos macios como pêssego. Naquela época, meus pais estavam investindo em uma sociedade com uma empresa que hoje, é muito conhecida. Nós ainda morávamos em um bairro muito simples de Porto Alegre, em uma pequena casa lilás rodeada por uma meiga cerca branca. Apesar da nossa simplicidade, sempre estávamos cercados de amigos. Amigos que nunca mais tivemos...
Foi naquele pequeno bairro que vivenciei todos os momentos mais felizes da minha vida. E os mais importantes também. Inesquecíveis. Ofegantes. Era por volta das cinco horas de uma tarde fresca de Novembro quando aquilo aconteceu. Eu, Emanuel, Eduarda e Anna brincávamos de esconde-esconde como de costume na pequena praça já bastante danificada quando o que eu nunca imaginava até então ocorreu. Eu estava escondida atrás do pequeno muro da praça quando Emanuel apareceu, e lentamente encostou seus lábios nos meus. O beijo mais incrível e indescritível da minha vida. Emanuel, o garoto mais palhaço e idiota que alguém poderia conhecer, me beijando. Sim, e foram mais vezes, semanas, até chegar o dia da minha despedida. Sinto um enorme aperto no peito quando eu lembro que eu poderia ter feito algo para impedir que tirassem a minha felicidade, arrancassem ela de mim. Mas não, eu ainda tinha aquela mania de riqueza na cabeça, e eu não podia perder aquela oportunidade.
Foi tudo tão rápido. A mudança. Malas. Viagem. Dinheiro. Mansão. Tanta magia me cegou que não tive a capacidade e a coragem de dizer adeus para meus amigos e principalmente, para Emanuel. Parti sem dar explicação alguma. Foi como eu tivesse se desmaterializado, se dissolvido no ar. Meu pai, o Sr. Walter, havia conseguido se firmar na sociedade da empresa e ganhou muitos benefícios. E principalmente, aquilo que as pessoas mais querem: o dinheiro. Era necessário que fizéssemos uma mudança rápida até São Paulo, para facilitar o contato com a empresa. Enfim, mamãe Meg disse que iríamos para uma mansão, como aquela que eu sempre sonhava, onde também, teríamos tanto dinheiro que poderíamos ir ao shopping todos o dias e por isso, eu não deveria ficar triste. É claro que eu não iria ficar triste, era tudo o que eu sempre sonhei e nada e nem ninguém iria impedir que realizassem meu sonho. Nem Emanuel.
No começo, tudo era tão mágico, o que eu sempre imaginei estava se realizando. Todos os dias, à tarde, eu e mamãe íamos ao shopping, tomar aquele saboroso sorvete de chocolate e fazer compras. Como aquelas roupas eram magníficas. Porém, a ilusão um dia deve terminar. Mamãe também começou ir trabalhar à tarde na empresa e agora, todos os dias, fico em frente de um notebook conversando com amigos que nem conheço, e que não me fazem sorrir como meus antigos amigos faziam. Ah, Emanuel. Nem amigos na escola tenho, digo, amigos que realmente se importam comigo, com a minha felicidade. Mas é tempo de tornar àquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa casa e o trecho da rua em que morávamos. E é isso mesmo que irei fazer, eu preciso fazer alguma coisa, encontrar Emanuel, aonde quer que ele esteja, pedir desculpas pela minha insensatez e recuperar o tempo que perdi com a magia do dinheiro. Estúpido dinheiro.

Continua.
Beijo, luci.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Dia do Rock



"O Rock n' Roll é a maior renovação artística desde Homero."
(Marshall McLuhan) 


Foi graças a um show em Londres e na Filadélfia que hoje, comemoramos uma data, muito importante por sinal: o dia do Rock, o bom e velho rock, que para muitas pessoas, não é apenas um estilo musical, mas sim, um modo de vida. Tudo era pra ser apenas um show simultâneo, onde o objetivo era o fim da fome na Etiópia e que contou com a presença de artistas como The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton e Black Sabbat. É, o dia  13 de julho de 1985 ficou marcado na história e agora é comemorado pelo mundo inteiro. Esse estilo musical influenciou e influenciará ainda muitas gerações e que estas, não deixarão o verdadeiro significado do Rock morrer, porque o que é realmente bom, nunca se extingue.
O rock invade suas veias e se espalha por todo o corpo, viciando de uma maneira inexplicável e surpreendente. Por isso: #HappyRockDay!

xx, luci.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Óh, winter


Agasalho, chocolate quente e muito frio. Pequenas palavras que basicamente resumem o inverno, pelo menos o meu. Não sei o motivo de tantas pessoas desprezarem esta estação tão... bela! Sim, bela. Ver, toda manhã, a grama com uma fina camada de gelo. E o sol, com a esperança de tentar aquecer um pouco os habitantes do planeta Terra que todos os dias, ficam na expectativa de ver e sentir pelo menos, alguns poucos, mas preciosos minutos com a neve. Deitar-se ao chão, e fazer anjos, como nos desenhos animados. Montar lindos bonecos de neve, com uma cenoura sendo um enorme nariz, e com galhos de pequenas árvores já secas como braços.
Assistir seu filme predileto embaixo das cobertas, comendo pipoca, junto com seus melhores amigos, ou ainda quem sabe, o amor de sua vida. Dar voltas no parque, perto de sua casa e sentir aquele cheiro gostoso do inverno. Aquele frio que tenta atravessar seu agasalho. O ar quente saindo de sua boca. Belíssimos momentos não?
Porém, existe um ponto ruim, pessoas desabrigadas, sem roupa adequada, embaixo de algum casebre, apenas aguardando algum tipo de ajuda para sobreviver no rigoroso inverno, ou ainda, aquelas que nem esperança possuem mais, só esperam o ar frio criar movimento e levar a morte até elas. E você aí, em frente de um computador, enrolado em uma coberta e com um guarda-roupa cheio de agasalhos que até nem lhe servem mais, pense nisso.

-

Oi, só quero pedir desculpas por não ter mais postado aqui, tive uma semana cheia de provas e trabalhos e nem tive muito tempo para escrever, mas aviso que logo as férias vão iniciar e irei recuperar o tempo perdido. Beijos, luci.

sábado, 3 de julho de 2010

Eu queria...




Eu queria poder sair sem rumo por lugares desconhecidos, sem destino e caminho certo. Queria poder sentir o vento e nada mais. Ir para qualquer lugar, sem ter nenhum lugar. Comer quando sentir fome, beber quando sentir sede. Queria viajar o mundo de carona, com uma mochila nas costas e o mundo nos olhos. Queria descobrir todos os sorrisos do mundo e todas as lágrimas também. Queria fugir de mim mesma. Fugir do mundo, da realidade. Queria poder não apenas querer. Enquanto isso não acontece, vou sonhando, vou querendo... é o mais longe que posso ir.





Despedidas sempre são difíceis.

Ainda não tenho plena certeza se o que estou fazendo é correto, largar tudo ao vento e correr atrás de uma nova vida, deixar você desta maneira. Consigo até imaginar lágrimas escorrendo de seu rosto e molhando esta pequena carta que te deixei antes de ir embora, na pequena caixa de correio branca. Talvez eu me arrependa por isso, mas é o que o meu coração está mandando fazer, e você sabe e sempre dizia para fazer o que o coração mandasse, e somente hoje tive a coragem de pegar a caneta na mão e arrancar uma folha de um caderno, já antigo, como a nossa amizade ou talvez paixão, como eu sempre quis que fosse, para escrever. Garanto que este foi o melhor modo para me despedir de você, pois deixei meu coração aqui, junto com esta mísera carta, onde você poderá guardá-la e lê-la, sempre quando sentir saudade de mim. Eu não sei usar as palavras como gostaria de usar, não sei escrever lindos textos de amor, muito menos de despedidas, pesso perdão por isto, e por todo o resto, principalmente por ter feito você sofrer desta maneira. Um dia, tudo voltará ao normal, pode ter certeza e quero que você prometa que não irá se preocupar comigo, pois eu estarei bem e durante todo o resto da minha vida, continuarei pensando em você.
Adeus.

Por, @luuucib.

Meme de fotografias

A Luria nos indicou um meme de fotografias, agradeço por isso amiga. Bom, como não vi mais a @unsigned_ online, terei que fazer isto sozinha. D:

meu ser estável:


o que me faz sorrir:



o que me faz chorar:



da minha cor:



meu pecado:



um filme:



um cheiro:



hobby:



um livro:



esporte:



sonho:


Então foi isso, adorei muito postar estas fotografias aqui. *-* 
Beijo, @luuucib.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Selos

Hoje, depois de me livrar de alguns trabalhos da escola, pude visitar o blog da Luria Distúrbios Sóbrios e vi que recebemos alguns selos dela, muito, muito obrigada mesmo! Segue os selos abaixo:



Regras do selo Prêmio Dardos :
  1. Colocar a imagem do selo no blog
  2. Linkar o blog que nos indicou
  3. Indicar 10, 15 ou 30 blogs ao prêmio
  4. Comentar no blog dos indicadores sobre essa postagem


Regras do selo Sunshine :
  1. Linkar o blog que deu o prêmio
  2. Falar das regrinhas
  3. Indicar os proximos ganhadores

Não havia regras. '-'

Não tenho ainda muitos blogs pra indicar, mas aqui vão eles:

Os outros que quiserem, sintam-se a vontade e peguem, porém, não se esqueçam das regras!

Beijo, @luuucib.

Desprezo,



Algo tão baixo como matar alguém. Ou melhor, desprezar é matar alguém, matar a pessoa por dentro, pouco a pouco, até ela se sentir totalmente inútil, imprestável. E não adianta falar 'não ligo', porque você liga sim e crava tudo no fundo da alma, espera o tempo passar e só finge que esqueceu.

@luuucib