domingo, 13 de junho de 2010

Quanto tempo tenho?


Tenho medo do amanhã, da semana que vem, do ano que vem. Me sinto pisando em granadas no escuro. O desconhecido me assombra. Tenho medo de perder o presente para o futuro. Não quero ter somente as lembranças do hoje, amanhã. Quero sorrir para sempre, mas sei que tenho que chorar para isso.
Então eu tento me segurar nos segundos, nas horas, nos dias. Tento me agarrar a eles, continuar a vive-los para sempre. Mas eles passam rápido e, inevitavelmente, levam uma parte de mim. Então, como plano B, eu passo a aproveitá-los o máximo possível, só que o máximo me parece muito pouco. É algo comparado a um afogamento. Quando você precisa de ar, mas o ar está acabando e você aproveita os últimos resquícios de ar que possui. Mas ao invés de te ajudar, o ar queima sua garganta, junto com a perspectiva de que você está morrendo, de que tudo está morrendo. Na realidade, eu queria nunca ter precisado de ar. Me sinto assim, estou me afogando em lágrimas sem origem e sem fim e meu ar está acabando, levando consigo todo um mundo de sonhos que vão ser apenas sonhos, para sempre. Sorrisos que nunca vão existir. Ah, como a palavra nunca me assusta. Me sinto perdida e preciso de ar.

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