domingo, 20 de junho de 2010

Enquanto a neve cai - Capítulo 3

20 de junho!
Cansei de assistir jogos de futebol, resolvi vim escrever um pouco em você diário. Agora com a Copa, nada que preste passa na televisão, o lado bom disso tudo é que tenho uma desculpa para ficar mais tempo no computador ou para sair com meus amigos. Poisé, amigos. Parece estranho não? É, estou começando a acreditar em horoscópos, li esses dias atrás que as coisas voltariam ao normal, e isto realmente está acontecendo. Estou me sentindo mais animada, mesmo com este frio infernal. Vivia dizendo que amava inverno, mas estou começando a me questionar se isso é mesmo o que eu sinto. Tudo bem, gosto do inverno pra ficar encolhida, embaixo das cobertas, tomando o delicioso chocolate quente que vovó Deodora prepara especialmente para mim. Ok, me achei agora. Ah, o telefone está tocando e ninguém se prontifica a atendê-lo, vou ver quem é.
Beijos, Jenni.

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20 de Junho de 2010
Querido diário,
estou precisando muito quebrar alguma coisa. Muito mesmo. Mas como ainda não tenho um saco de boxe e não posso quebrar nada em casa porque a minha mãe enlouquece, me tranco no quarto e venho escrever.
Bom, pra variar na escola estou sendo excluida, só que mais do que o normal e isso está me assustando.
A única que permanece me aguentando é a Carol, o que eu não sei se é bom ou ruim. Ela não pára de me cobrar as cartas e quase me deu um murro quando eu disse que não ia continuar com isso.
Por isso acabei de mandar a infeliz e decepcionante 2ª carta. Foi na realidade uma cópia da primeira e não me envergonho disso. Não sou uma génia criativa.
Dessa vez mandei a carta pra uma casa muito linda que fica do outro lado do bairro. Eu não sei quem mora lá.
Segunda carta:
Oi, você não me conhece e eu não te conheço. Eu não estou mandando essa carta porque quero, ao contrário, se eu pudesse eu estaria dormindo ou fazendo outra coisa agora. Mas como eu sou idiota e perdi uma aposta, tenho que mandar 15 cartas para 15 desconhecidos. Essa é a segunda carta que eu mando, não precisa responder. Ah, a sua casa é a casa mais linda que eu já vi e foi por isso que decidi mandar a carta para você. Desculpe o incômodo, eduarda.
Ah, sim, eu sei que eu assinei como Eduarda e eu também me surpreendi com isso. Não sei o que me deu, mas quiz assinar assim e foi.
Agora minha mãe está gritando porque o som está muito alto. Como se eu não soubesse disso. Só não sei porque a incomoda, pra mim é como um calmante muito eficiente, por sinal.
Harry Potter e As Reliquias da Morte está gritando para mim e vou lê-lo novamente agora. Sempre me acalma. Beijos, duda.

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